quinta-feira, maio 20, 2010

O tamanho das coisas

Diante de tamanha tempestade, muitos se acovardaram. Escondidos embaixo de suas capas de chuva, de seus carros com ar condicionado, de toldos cuja cor desbotava pela ação do sol e da fumaça, rezavam para que passasse logo. Tão logo as ondas se revoltaram e invadiram o continente aterrado, alguns, num claro acesso de egocentrismo, gritaram tratar-se do fim do mundo. Outros, os mais práticos, se limitaram a correr dalí.

Tinha sido só uma tempestade. E no dia seguinte o estrago foi limpado por garis sorridentes e comerciantes enfadonhos. Cada um cuidando o seu proprio umbigo; todos iluminados por um filete do sol mais bonito: aquele que ilumina o dia molhado depois da tempestade.