Além do Visível
(Este texto é uma versão aumentada do post Verde-Musgo e foi publicada na edição nº 75 de A Tardinha, no dia 17 de Março de 2007)
Helinho nasceu com certo defeito nos olhos que lhe ampliava o espectro de cores. Além das sete cores do arco-íris, via mais uma, a que vem depois do violeta. Seus pais ficaram, a princípio, alarmados com a situação. E foi somente após diversas consultas com especialistas e de uma bateria de exames que o médico lhes explicou a situação: O menino via além do visível para a maior parte das pessoas.
Trataram de compreender o filho, e fizeram o possível para que ele levasse uma vida normal. Tiveram de trocar de lavanderia algumas vezes, pois o sabão deixava as roupas ultra-violeta e a casa teve de ser pintada com uma tinta especial, escolhida a dedo por Helinho. A paciência dos pais não era porém, sem-limites e, algumas vezes, se esgotava.
- Não vou comer isso! é ultra-violeta!
- Isso é branco e se chama couve-flor! Trate de terminar seu prato ou vá direto para o quarto!
Embora nesse caso, o problema estivesse todo na couve-flor, Helinho chegou a detestar, por certo tempo, a cor que o fazia se sentir sozinho no mundo. Do que adiantava ver tudo mais colorido se não podia comentar com ninguém? Por um tempo, tentou limpar com agua e sabão, alcóol e até mesmo querosene, as manchas ultra-violetas de todos os objetos à sua volta. Mas ela inistia. Vinha por debixo da porta, numa manchinha de sabão, num brinquedo novo. Ou simplesmente surgia como um raio luminoso no escuro do quarto.
Até que um dia Helinho se deu por vencido. Como poderia lutar contra os próprios olhos? Acabou não só aceitando, como se encantando pelo mundo que só ele via. Achou o pôr-do-sol tão lindo com seus raios ultra-violetas iluminando as nuvens. Descobriu que de noite o céu não fica escuro, e sim de um ultra-violeta bem clarinho, e que, quando refletido no mar, o faz parecer-se com uma piscina de luz invisível. Só não entendia porque chamavam àquela cor, ultra-violeta, se violeta era, de todas as cores, a com que ela menos se parecia...
Helinho nasceu com certo defeito nos olhos que lhe ampliava o espectro de cores. Além das sete cores do arco-íris, via mais uma, a que vem depois do violeta. Seus pais ficaram, a princípio, alarmados com a situação. E foi somente após diversas consultas com especialistas e de uma bateria de exames que o médico lhes explicou a situação: O menino via além do visível para a maior parte das pessoas.
Trataram de compreender o filho, e fizeram o possível para que ele levasse uma vida normal. Tiveram de trocar de lavanderia algumas vezes, pois o sabão deixava as roupas ultra-violeta e a casa teve de ser pintada com uma tinta especial, escolhida a dedo por Helinho. A paciência dos pais não era porém, sem-limites e, algumas vezes, se esgotava.
- Não vou comer isso! é ultra-violeta!
- Isso é branco e se chama couve-flor! Trate de terminar seu prato ou vá direto para o quarto!
Embora nesse caso, o problema estivesse todo na couve-flor, Helinho chegou a detestar, por certo tempo, a cor que o fazia se sentir sozinho no mundo. Do que adiantava ver tudo mais colorido se não podia comentar com ninguém? Por um tempo, tentou limpar com agua e sabão, alcóol e até mesmo querosene, as manchas ultra-violetas de todos os objetos à sua volta. Mas ela inistia. Vinha por debixo da porta, numa manchinha de sabão, num brinquedo novo. Ou simplesmente surgia como um raio luminoso no escuro do quarto.
Até que um dia Helinho se deu por vencido. Como poderia lutar contra os próprios olhos? Acabou não só aceitando, como se encantando pelo mundo que só ele via. Achou o pôr-do-sol tão lindo com seus raios ultra-violetas iluminando as nuvens. Descobriu que de noite o céu não fica escuro, e sim de um ultra-violeta bem clarinho, e que, quando refletido no mar, o faz parecer-se com uma piscina de luz invisível. Só não entendia porque chamavam àquela cor, ultra-violeta, se violeta era, de todas as cores, a com que ela menos se parecia...
1 Comments:
gostei da história!
legal!!
Postar um comentário
<< Home