sexta-feira, agosto 31, 2007

Microconto XXI - Perda

As malas prontas junto à porta mostravam que ela teria partido de qualquer forma.

domingo, agosto 26, 2007

A metafísica do chocolate

Contam os antigos que entre o céu e a terra, em sete pontos extremos, existiram barras de chocolate em estado bruto. Elas teriam o tamanho de três varões e o sabor de 900 frutas e 300 cereais em flocos.

Segundo o que se conta, monges de diversas civilizações com suas ordens foram os primeiros a encontrar estes controversos tesouros, frutos de um ponto em que o sabor intrínseco que permeia o universo se concentra de forma anormal, e, por se tratar de coisa tão metafísica, extremamente perigosos.

Dos monges nórdicos de Ole Alkbar restaram escritos falando das preparações rituais pelas quais passavam os iniciados antes de provarem da barra. E dos monges de Ugon Gambom no Indostão ficaram relatos sobre a loucura que se abateu sobre aqueles que provaram da iguaria sem o devido cuidado.

Estes teriam sucumbido a diversos males, desde espasmos e convulsões a catatonia e loucura irreversível. Em todos os escritos, os monges, separados pelos séculos e pelos continentes, afirmam a mesma coisa: o corpo humano nasce com baixa tolerância à experimentação sensorial múltipla.

A preparação serve justamente para ensinar o corpo a separar os sabores e trazê-los à consciência, um de cada vez. Os iniciados levavam cerca de 20 horas em transe, degustando cada um dos 1200 sabores. Já os mestres chegavam a poder misturar de acordo com a sua vontade: banana com aveia, Manga com abacaxi, damasco com morango, flocos de milho e arroz, e assim por diante.

O monastério de Ilan turgik no médio oriente, foi destruído por mercenários que destruíram sua grande barra e venderam-na em pó, levando à loucura dinastias inteiras da Europa e da Ásia, que pagavam fortunas para misturar um pouco desse pó no leite, e acabavam loucos, alucinados ou mortos.

Estes três registros são os únicos de que se tem notícia. Porém em todos eles são citadas as Sete Barras. Não se sabe se as outras seguem guardadas em pontos chave do nosso mundo ou se a cobiça, a religião e as intempéries da terra já as teriam levado embora. Certo é somente que o chocolate vai continuar levando à loucura todos aqueles que não souberem fazer dele o uso correto.

sexta-feira, agosto 24, 2007

Microconto XX - Inocente

Com as mãos ainda sujas de sangue, repetiu para si mesmo: Não fui eu!

domingo, agosto 19, 2007

Alberto, a Estrela e o Governador - Texto completo

Alberto acordava todos os dias às 4:30 da manhã. Com o céu ainda escuro, fazia seu café, tomava um banho gelado e ia pra a fazenda. Saíam de casa ele e os irmãos, meio sonhando meio acordados, algumas vezes sem se dizer palavra. Punham-se a caminhar juntos até que encontrassem a estrada. Daí cada um tomava o seu rumo.

Nesta manhã Alberto caminhava mais preocupado que de costume. É que ele havia feito as contas na noite anterior e os números que ele pouco entendia dançavam ainda em frente aos seus olhos. Ele erguia a cabeça pro céu e encontrava uma estrelinha que amava desde criança. Uma estrela que brilhava diferente, meio que piscando, como quem pisca um olho pra alguém e diz que está tudo certo. "Já já eu vou aí te pegar, não conte pra ninguém!" E piscava. Era assim que Alberto escutava,desde muito pequeno, a estrelinha falando.

Quando foi crescendo, as brincadeiras e o faz-de-conta cederam naturalmente o espaço à vida real, mas essa crença infantil ficou. Talvez porque não houvesse nunca comentado com ninguém, talvez porque fosse necessário acreditar em alguma coisa pra continuar acordando àquele horário todo dia, talvez por que acreditasse mesmo nela. De qualquer forma, hoje Alberto olhou a estrela e disse consigo mesmo: "Se vier venha logo, que não sei se agüento até o fim do mês." Mas a verdade é que ele sempre agüentava.

No palácio do governador, só se falava na crise da gravata. Mas se falava bem baixinho porque o governador era homem firme e não suportava ouvir falar em crise, muito menos quando estava já todo enrolado. O que os assessores ainda não sabiam bem é que o governador detestava ainda mais os cochichos abafados pelos corredores. Era de dizer na cara o que pensava e já havia pago muito preço por isso. Muito preço que na verdade não era muito, pois se fosse não era ele o governador do estado.

Alberto andava com a cabeça tão cheia e pesada e tão mergulhado nos seus próprios problemas, que nem viu o céu ficando estranho aquele dia. Só foi perceber o clarão quando o dia amanheceu de repente, muito antes do tempo certo. Ele olhou pro céu outra vez e viu vindo de lá de cima a sua estrela piscante cada vez mais perto e cada vez mais clara. E teve de dar um pulo pra fora da estrada para que a estrela não lhe levasse dessa para a melhor, pois vinha direto para cima de sua cabeça.

Foi uma porrada só. Um estrondo que deve ter se ouvido lá na capital, mais alto que qualquer barulho jamais ouvido por aqueles lados. E tremeu a terra toda, e levantou uma nuvem de poeira e terra vermelha, e jogou Alberto lá longe no meio do mato. Ele não sabe nem quanto tempo depois foi se levantar, todo doído, como quem levou uma surra, e atordoado, sem conseguir saber direito o que foi que aconteceu. Arregalou os olhos e viu aquele tamanhão de pedra branca, retorcida feito ferro que queimou o céu todo antes de descer. Foi quando se deu conta de verdade do que tinha acontecido.

A estrela já não piscava mais como antes, mas era claro o porquê. É que o combinado já estava combinado há muito tempo, e piscar agora não tinha mais serventia alguma. Agora ela estava ali para cumprir o que piscou esse tempo todo. E agora Alberto não sabia se chorava ou se levantava para subir na pedra, se chamava os irmãos ou se ficava ali parado esperando que as pernas tomassem a decisão por ele.

O governador, que já andava irritado com o palácio do governo, que andava num tal de cochicho pra todo lado, estava a ponto de explodir. Por que ficava todo mundo falando baixinho e toda vez que ele chegava perto todos ficavam quietos de novo? E ficavam olhando pra ele com cara de quem não tava fazendo nada, umas caras de puxa-saco de merda, cheios de sorriso amarelo de merda. Aí vem um sacana cheio de gravata cochichar no seu ouvido... FALA FEITO HOMEM, RAPAZ!!! Só um grito mesmo pra acordar esse povo.

Mas a notícia que ele trazia era muito boa. Vinha falar de um meteorito que caiu no interior do estado e dizer que as forças armadas já se deslocavam para o local. Foram mandadas pelo ministro da guerra para inspecionar se era meteorito mesmo ou se era ataque comunista, se era radioativo, se era extraterrestre, se tava vivo, se era animal, vegetal ou mineral. Mas o que quer que seja, disse o governador, avise que é pra trazer aqui para a capital, que isso vai virar noticia e é já!
Quando Alberto finalmente conseguiu se levantar, tomou um susto com o estrago que a estrela havia feito. Tinha um rastro imenso por onde ela veio que cavou o chão, sumiu com o mato e levantou um mundo de terra fofa pros lados. No final da confusão tava ela, toda grande e sem jeito de estar ali que não era o lugar dela, longe do céu e enterrada pela metade no chão. Alberto foi descendo com dificuldade pelo buraco. Maravilhado que estava com o acontecido, só pensava em ir-se embora e nem atentou pro batalhão do exercito que marchava atrás dele em direção à sua estrela.

Alto lá! Ouviu gritar o comandante do destacamento. Essa pedra pode ser perigosa!

Alberto ainda tentou falar alguma coisa, mas ficou encabulado de chamar a estrela de estrela, além de que não sabia o que significava a palavra "evacuar", que eles repetiam o tempo todo. Só sabia que foi sendo empurrado para trás e para trás à medida que os homens de farda iam se aglomerando em volta da pedra, até que quase não podia mais vê-la, a não ser de longe.

Acabou que nesse dia ele não foi nem trabalhar. Passou o tempo todo olhando a estrela que estava lá, caída, já sem piscar nem nada, com aquele monte de gente em volta, que cada vez chegava mais um. E aí vieram os doutores de jaleco, os estudantes de calça jeans, os assessores de gravata e por fim o guindaste que levou mais de uma hora arrumando um jeito de levantar a estrela do chão outra vez e saiu com ela para a capital. Ele mal podia acreditar. Mas pelo menos na capital dava para chegar sem ter de voar nem de morrer.

Fora um jornal que ligou a queda do meteorito à queda do próprio governador, o efeito do acontecido sobre sua imagem foi em geral muito bom. O povo agora tinha a cabeça nas estrelas. Algumas pessoas, com medo de que o céu desabasse, cavavam buracos em seus jardins, outras faziam fila na porta do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial para saber que notícias o universo nos estava mandando. Havia os astrólogos, os astrônomos, os tarólogos, os ufólogos, e mais uma porção de gente sabida, disputando as colunas dos jornais e revistas. E havia também o povo que tinha deixado as gravatas do governador em paz.

Naquela noite Alberto não dormiu. Fez novamente as contas e chegou à conclusão de que o dinheiro que tinha não pagaria a passagem de ônibus para a capital. Não queria esperar o fim do mês para receber, pois temia que a estrela resolvesse ir embora sem ele, ainda mais com toda essa algazarra à sua volta. Estrelas estão acostumadas com o silêncio do céu e não deviam gostar desse tanto de holofote. Além do mais, ele teria de arrumar uma desculpa por ter faltado ao trabalho e ouvir um bocado do patrão se aparecesse no dia seguinte de volta à fazenda. Sua cabeça rodava de tanto pensamento, mas na hora em que pegou no sono, já foi sabendo que acordaria cedo para percorrer de bicicleta os 200 Km até a capital.

Na manhã seguinte, enquanto se preparava para a partida, tomou seu café de todos os dias e deixou uma nota para os irmãos, avisando que não se preocupassem, que ele ia resolver a vida na capital. Saiu no escuro, como de costume, meio sonhando meio acordado; olhou para o céu e verificou, satisfeito, que a estrela piscante não estava mais lá. E agora quem tinha que ir atrás dela era ele.

Chegou à capital do estado no outro dia e não teve a menor dificuldade em descobrir aonde tinha que ir. Era uma cidade pequena se comparada às outras capitais de estados e qualquer acontecimento era motivo de alvoroço. Ainda mais quando aquele povo sempre tão esquecido no mundo, de repente se sentia lembrado pelo espaço sideral. Em cada esquina, em cada boteco, em cada banca de revista, só se falava num assunto. E assim Alberto foi seguindo a trilha até a sua estrela.

O governador andava agora sorrindo de contentamento. Usava uma gravata bege que era para não dar na vista e falava em coletiva de imprensa. Dizia que ia modernizar o setor de pesquisa espacial do estado, que agora entrava na rota interestelar. E anunciava parceria com o governo federal e anunciava investimento privado no setor, e planos de apoio aos pesquisadores e todo mundo era só aplauso. Precisava segurar a estrela na mídia só até que as investigações acabassem, mas já começava a pensar nela como plataforma até para uma reeleição.
Alberto tomou seu café preto numa padaria na esquina do instituto nacional de pesquisa espacial. Levou ainda um tempo no balcão, observando assustado a algazarra que o povo fazia, enquanto tomava coragem para entrar. Era uma fila enorme, piorada pela quantidade de vendedores ambulantes, fotógrafos, equipes de reportagem, gente entrando e saindo do prédio sem parar. O dono da padaria falou que o movimento triplicou, o que para ele era muito bom. "Se as estrelas começarem a cair eu vou é gostar, contanto que não seja na minha cabeça!" Alberto, porém, não estava muito para brincadeira, e tratou de se apressar antes que a fila crescesse ainda mais.

A confusão era tão grande que mal se sabia onde começava e onde terminava e a fila se confundia toda hora com o povo que ficava passando de um lado pra outro. Aí desarrumava tudo, e o povo brigava porque um tentava furar, outro guardava lugar pra um monte de gente, e a menina que desmaia, o idoso que exige prioridade, e cada vez que saía alguém do prédio, um corre corre de fotógrafo e repórter pra todo lado... um mangue! E para piorar tudo, a fila realmente não andava, e o povo reclamava, chamava de absurdo, planejava invadir. Até que Alberto se retou e foi ver lá na frente o que era que estava acontecendo. O problema era que os doutores ainda estavam terminando os testes com a pedra inteira que só seria liberada para visitação no finalzinho da tarde.

Ele esperou. Esperou quieto, tratando de não se meter em confusão e defendendo seu lugar. Esperou com aquela paciência obstinada de quem já esperou a vida toda e não é uma fila que vai lhe meter medo. E assim passou o dia, passou a tarde e chegou a noite. A fila tinha começado a andar pontualmente às seis horas da tarde, conforme anunciado, isso gerou um certo alivio, mas que não haveria de durar muito tempo.

A policia tinha chegado ao local para impor alguma ordem naquela confusão, mas eram muito poucos, e não adiantou de nada. A situação ficou ainda pior quando apareceu uma manifestação cheia de faixas e carro de som e microfone, todo mundo gritando que fica! E que a estrela é nossa! E dando vivas ao estado que só assim tinha ido parar no jornal nacional. A policia chegava para trás e se limitava a observar impotente o desenrolar dos fatos.

Quando finalmente chegou a vez de Alberto, os seguranças fecharam a porta e disseram que não entrava mais ninguém. Alberto quase não acredita no que estava ouvindo. O que me falta acontecer? O coração batia mais forte a cada posição que ele avançava naquela porcaria de fila, mas sempre tinha de ser alguma coisa, e sempre quando ele estava quase lá. Os seguranças explicaram a ele que eram nove e meia da noite e que o instituto já tinha ficado aberto além do expediente, mas agora ia ter de fechar. E a estrela quanto mais perto ia ficando, mas longe parecia que estava.

Concluídos os testes, o meteorito, que não era radioativo, nem era um ataque extra-terrestre, passou a ser reivindicado também pelo governo federal. O presidente da república e o ministro do patrimônio achavam por bem que a pedra deveria estar exposta no museu espacial, onde estavam todos os outros corpos celestes caídos em território nacional desde que se tem notícia.

Foi quando começaram a distribuir senhas para o outro dia que a confusão maior se estabeleceu. O povo da fila começou a vaiar, e foi um empurra-empurra dos infernos, todo mundo queria chegar mais na frente pra pegar as senhas antes dos outros. Alberto que era o primeiro quase foi esmagado pela multidão. Os ânimos se exaltaram e a polícia que não conseguia se fazer respeitar começou a disparar tiros para cima.

No meio dessa confusão, até os seguranças, que não estavam vendo nada saíram correndo com medo, sem saber quem é que estava atirando e nem em quem. Foi assim que Alberto escapuliu para dentro do prédio e fechou a porta. Deixava para trás uma multidão que se batia e se atropelava. Com gente sendo pisoteada, gente sendo presa, policial levando paulada, pedrada, e ninguém sabia mais quem é que estava do lado de quem, mas cada qual dava sua porrada em quem ia passando.

Alberto se sentiu como quem muda de mundo. Era como se já tivesse chegado no céu com sua estrela, tamanho era o silêncio do interior daquele prédio em contraste com um dia inteiro de barulho. E era tanta paz, que ele entrou num estado semelhante ao êxtase, sem ouvir o que se passava lá fora e seguindo pelos corredores circulares como quem está suspenso no ar.

Foi flutuando pelos corredores até chegar a um vão enorme de várias portas. Olhou em volta e abriu a que trazia a inscrição "Meteorito" que era como os doutores chamavam a estrela. Nem se assustou com o alarme que disparou na hora acabando com o silêncio quase espacial que tomava conta do lugar. Alberto tinha todos os sentidos voltados exclusivamente para sua estrela que estava ali, sozinha no meio da sala, piscando para ele outra vez, como fazia desde que ele era criança.

As especulações dos jornais de oposição eram agora se o governador conseguiria ou não, manter a estrela no chão até o final das investigações. E ele já andava uma arara com essa história. Enquanto a ida da estrela virava noticia, a população se revoltava com a possibilidade, e o governador antevia a lama que o episódio ia causar em sua imagem. Ainda mais depois de ter anunciado a inclusão do estado no mapa da navegação espacial. Começava a amaldiçoar aquela pedra. Tinha estado muito melhor na época das gravatas.
O alarme que soava insistentemente sem incomodar Alberto, alertou a central de polícia. Estes passaram ordens aos homens que se encontravam no local de que checassem a situação enquanto o reforço não chegava. Neste momento, a manifestação da “estrela é nossa” já estava muito maior e a confusão, completamente instalada. Os policiais foram abrindo caminho a golpes de cassetete na tentativa de se aproximarem do prédio, e quando arrombaram a porta para entrar, parte da multidão foi junto.

Na sala do meteorito, a estrela ia recuperando o seu brilho. À medida que Alberto se aproximava, ela ia piscando com mais e mais intensidade. Era uma luz tão branca e forte que ao invés de dar contorno às coisas, sumia com elas. E o mundo ficava parecendo um sonho vazio, uma escuridão ao contrário. Cego que estava, Alberto foi tateando a estrela, subindo com certa dificuldade, mas já tomado por aquela paz que precede a partida. Quando se acomodou estava em paz, flutuando num mar de luz onde havia desejado estar a vida inteira.

No salão alguns policiais tentavam conter o avanço da multidão enquanto outros procuravam a sala onde estaria o meteorito. Saiam arrombando, uma por uma as portas do saguão, todos muito nervosos com o descontrole da situação, com a falta de reforços, e com aquele barulho infernal da sirene que fazia tudo parecer um grande pesadelo de onde o despertador era incapaz de lhes retirar.

No meio de todo o caos, começou a sair por debaixo de uma das portas, uma luz intensa. Parecia coisa de filme de suspense, o contorno dela todo brilhava, e a luz passava até pelos poros da madeira, deixando-a como que incandescida. Os policiais se lançaram em sua direção e no que a porta caiu, ninguém mais viu coisa alguma, pois a claridade cegou a todos. A única coisa que se notou foi que o alarme cessou de tocar e no seu lugar ouviu-se um barulho seco que ninguém conhecia. Um barulho de mil trovões que seria capaz de partir o céu em dois.

Num segundo, a estrela que subiu com Alberto já riscava o céu feito um cometa qualquer, mas nem os sobreviventes puderam ver essa cena, ofuscados que ficaram com sua luz.

No dia seguinte, a notícia do desabamento do prédio do Instituto nacional de pesquisa espacial, que matou cerca de 500 manifestantes e 35 policiais trazia a seguinte manchete: "Meteorito leva pro espaço a carreira do governador!”. Mal sabiam eles que o meteorito era uma estrela. E que sua passagem por aqui foi só para realizar um sonho de criança. Mas esse não foi o único erro deles, afinal tudo isso um dia seria esquecido ou recordado somente como lenda popular. Nada permanece na memória das pessoas, nem mesmo a mancha na carreira do governador, que apesar de tudo, se reelegeu.

quinta-feira, agosto 16, 2007

Microconto XIX - Fatalidade anunciada

Ao perceber que o que escrevia era sua própria história, teve medo, tentou fazer alguns rodeios mas não soube parar sem pôr um ponto final.

quinta-feira, agosto 09, 2007

Microconto XVIII - Das Liberdades

Nos tempos difíceis era muito mais fácil.

sábado, agosto 04, 2007

Microconto XVII - No Supermercado

Entre as prateleiras abarrotadas, não esperava encontrar o amor.